Como eu posso me reencontrar, se para que me perdesse deveria me conhecer, e jamais me conheci em verdade, aliás, como ninguém jamais se conheceu em pleno exercício do verdadeiro viver.
Me encontrar, me descobrir, me conhecer deveria ser algo fácil, pois que eu sou eu, um único corpo. Mas me encontrar comigo mesmo, em essência, em totalidade, é difícil, exatamente porque em um único corpo, de um único circuito cerebral, emerge de sua complexidade plástica (mais possibilidade de conexões neurais do que todas as estrelas existentes em nossa galáxia) uma mente com muitos seres, e uma mente que é consciente em apenas mínima parte do que ela realmente é, e uma mente que é plástica por natureza de sua evolução, assim sendo hoje diferente do que ontem fui, e sendo amanha já diferente do que hoje sou. Sou muito inconsciente, sou muitos seres, sou uma transformação constante de mim mesmo. Enquanto busco me transformar, sou eu mesmo transformado pelo que vivo, pelo que sinto, pelo que experimento, e pelo meio ambiente externo, mas isto não é justificativa para desistir de me transformar.
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