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quinta-feira, 5 de junho de 2014

A maldade

A maldade muitas vezes se esconde por detrás de falsos cordeiros, maquiando-se como representantes e defensores do bem e da humanidade. Ela pode estar na sua casa, na minha casa, pode estar comigo, pode estar em alguém que amamos, pode estar em alguma igreja, em alguma escola, em alguma fábrica, pode estar comandando uma legião de românticos e ingênuos jovens, pode estar nascendo em meus filhos, pode estar corrompendo almas e corações com olhos languidos, voz meiga, postura falaciosamente ética e digna, pode estar seduzindo pela sensualidade, pode estar arrastando vidas pelo prazer, pode estar demolindo existências pelos vícios, pode estar pervertendo almas, destruindo lares, racionalizando, induzindo ou iludindo, e tudo isto com ares de bondosa, de coitada ou de idealista...


A maldade pode estar em todos ou em alguns. Ela pode estar por traz do próprio sistema político-econômico que permitimos nos governar. Ela pode estar em franco crescimento, enquanto cresce nossa avareza, nossas vaidades, nosso egocentrismo, nossos interesses pessoais e nosso egoísmo. Ela pode estar no cerne do próprio capital e da busca por poder e riqueza. 

A maldade pode estar neste texto, nos noticiários, nas mentiras ou mesmo nas verdades inconsequentes. O que cabe-nos fazer? Aceitar calados, conviver amedrontados com ela, nos omitirmos ou transferirmos a culpa dela sempre para os outros, para o sistema, para a natureza humana? Não. Cabe-nos pelo menos a ousadia de nos expor contra ela. Cabe-nos a coragem de a buscarmos em nós mesmos, não para a extirparmos, pois acho isto uma ilusão, mas para temos a consciência que somos também culpados pelo que aqui está, e iniciarmos um movimento de gradual transformação de nós mesmos, de um estado de análise crítica do que somos e do que podemos racionalmente ser, dando início a uma reconstrução de nosso ser, com um viés humano, empático, respeitoso, mas firme e voltado não apenas para nós mesmos, mas para a sociedade como um todo, pela dignidade individual e coletiva, pela construção de um verdadeiro sentido e sentimento de real humanidade, por nós, por todos, pelos animais e pela natureza, não por alguma futura salvação de nós mesmos, mas pela salvação do presente para muitos que sequer sabem a cor, o sabor, a textura ou o verdadeiro sentido do que é dignidade humana, tanto pelo lado dos que exploram e oprimem, quanto pelo lado dos abandonados, excluídos e maltratados, pois que somos responsáveis por permitir e aceitar calados os dois extremos.

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