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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Olhar

Entre olhar para o passado ou para o futuro, eu prefiro olhar para o presente, sem esquecer-me do passado como um aprendizado, ou do futuro pelo que possa construir agora para ele, me transformando e me preparando para o que ainda não é. Sendo um pouco mais preciso, não consigo e ninguém consegue olhar e perceber o presente, pois que quando o percebemos como presente, uma fração de tempo já decorreu e este já é passado. É incrível que realizamos o presente, mas apenas percebemos ou vivemos o sentido real já em pleno passado.
A nossa realidade é percebida apenas pelo subjetivo de nosso mental, e entre os eventos reais e chegada e processamento destas informações ao nosso cérebro já se passaram alguns instantes, e assim a nossa realidade subjetiva é sempre vivida em pleno passado, apesar de termos plena certeza que estamos em pleno presente. Entre o fato em si, e minha percepção mental dele, sempre existirá um decurso de tempo, por menor que seja. Assim, conscientemente, somos todos seres do passado, mesmo que realizando o viver, sempre, e somente no presente, e para maltratar minha mente, no fundo, em realidade, nunca podemos olhar para o futuro, somente imaginá-lo ou planejá-lo. Apesar de ser tentado a dizer que também não podemos olhar para o passado, isto é possível, e não falo de nada místico ou futurista, exatamente porque a velocidade da luz é um limitante para qualquer ação real, tudo que vejo é no passado. Não me refiro apenas a aquele passado quase presente da realidade de nosso dia a dia, falo que quando olho o sol vejo ele a cerca de sete minutos no passado, quando vejo a lua, o faço também a cerca de 1,28 segundos no passado. Posso estar olhando uma estrela, à noite, que sequer mais exista, pois que quando a vejo, por exemplo, posso estar a ver algo como o era a muitos milhões de anos atrás. O futuro e o passado, em absoluto, se existirem, são por definição inobserváveis, posso apenas ver ou perceber eventos, fatos ou experiências que ocorreram no passado. 

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