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quarta-feira, 14 de maio de 2014

A vida é o bem maior


“A vida é o bem maior”.

Assertiva muito fácil de falar, principalmente quando egoisticamente apenas nos referenciamos, consciente ou inconscientemente, a nossa própria vida, ou a daqueles que cremos amar, como filhos, pais, família e amigos próximos. A vida é o bem maior, muitas vezes reduz-se egoisticamente a nossa vida é o nosso bem maior.


“A nossa vida é nosso bem maior”.
Esta assertiva me parece ser mais realista, sendo superada apenas pela “A minha vida é meu bem maior”, mesmo assim muitos colocarão os bens, os prazeres e o poder como maiores ainda. Quando delimitamos o “nossa” aos que amamos, ou mesmo apenas maquiamos este nosso(a) a apenas eu, tendemos a entender a vida como um bem maior. Lamento que este sentimento e compreensão não possa ter abrangência universal que nos levasse a sinceramente crer e trabalhar conforme “Todas as vidas são bem maiores”, ou “A vida daquele desconhecido, daquele que não confessa as mesmas crenças existenciais que eu, daquele que se opõe frontalmente ao que penso e ao que creio é um bem maior”. 
A vida ser um bem maior deveria ser óbvio, posto que somente podemos ser enquanto vivos, enquanto realizador de uma vida mental e material, agravado por ser ela breve, única e finita. A vida ser um bem maior: Pode ser, para os nossos! Deveria ser, para todos, mas infelizmente não o é para uma enorme maioria, mesmo que afirme ser, mas infelizmente não é. A vida somente é o bem maior para nós mesmos e para muitos poucos daqueles que cremos amar, e mesmo assim somente nos momentos em que a vida é colocada em risco, pois que se realmente acreditássemos que a vida é o bem maior, mesmo que fosse apenas egoisticamente a nossa vida, já agiríamos, em geral, de forma mais equilibrada para conosco mesmos. Agora se a vida fosse realmente o bem maior, universalmente, a sociedade seria diferente, as atitudes e comportamentos seriam outros, o comprometimento social e com a natureza seria outro, enfim seriamos um outro tipo de humanos a viver coletivamente.

Basta olhar a realidade do dia a dia, basta perceber nosso comportamenti (in)social, basta aprofundar a compreensão minimamente sobre o econômico, o político e o social para confirmar que asseverar que a VIDA é o bem maior, é mentir de cara lavada. A “vida” vai muito além da nossa vida, e basta olhar a realidade vivente que nos cerca para perceber que NÃO, que a vida não é nosso bem maior, pois se o fosse, teríamos a ousadia de lutar, de corpo e alma, pela dignificação deste bem maior, em todos e para todos, e nem mesmo somente em todos os humanos, pois que a vida é uma essência biológica presente na natureza como um salto de complexidade que da química fez-se biologia, e assim estaríamos envolvidos na preservação geral de todos os nichos ecológicos, na terra, no ar e no mar, e mais ainda, mesmo em nosso próprio corpo, pois que somos um nicho ecológico magnífico para bactérias amigas (somente para dar mais impacto nesta assertiva, para cada célula humana, verdadeiramente humana, que carregamos, temos cerca de oito a dez bactérias em nosso corpo, e sem falar que por simbiose temos bactérias dentro de nossas células humanas, como é o caso das mitocôndrias)...

Deveríamos assim ter vergonha de repetir que “a vida é nosso bem maior”, pelo menos enquanto o “nosso” não significar envolver a todos os demais seres vivos...

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